Inspirados pela canção "Cosa Nostra" do mestre Jorge Ben Jor, estamos iniciando hoje uma nova seção no blog, chamada "Coisa nossa". Divulgar a arte de representar, fotografar, cantar, dançar e encantar de um jeito particularmente mineiro, de pessoas talentosas que nasceram ou moram no Vale do Aço.
O primeiro artista a compartilhar
com a gente alguns fragmentos de sua vida e trabalho é João Veiros. Conhecendo
um pouco de João, através de alguns bate-papos, fica bem difícil resumir sua
história em poucos trechos, mas foi justamente isso que tentamos fazer.
João Soares Veiros nasceu na cidade de Ovar em
Portugal, mas ainda criança imigrou-se com sua família para Angola, onde foi
educado entre etnias indígenas. Anos depois, teve participação ativa na
fundação da Escola Secundária Camarada Tchifuchi. Em 1968, a convite da Unilever Intenacional, dirigiu
um Teatro Itinerante percorrendo diversas tribos angolanas. Veio para o
Brasil em 1975. No apoio a diversas produções de
novelas e programas da extinta TV Tupi, passou a representar o mundo através de
sua lente fotográfica. Em 1980, quando a Tupi encerrou suas atividades, veio para
o Vale do Aço trabalhar nas telecomunicações da Acesita. Morou 3 anos em
Acesita e depois mudou-se para Coronel Fabriciano, onde reside e tem seu
estúdio fotográfico atualmente. Para conhecê-lo um pouco melhor, pedimos a ele
que respondesse algumas perguntas:
Quais são os principais
desafios de um fotógrafo atualmente?
Sensibilizar as
pessoas através de sua própria cultura regional, sobre coisas que para o cidadão comum estão ocultas, mas não longe dos olhos do fotógrafo. Assim consigo expressar as minhas emoções sentidas ao registrar as coisas que podem muitas vezes passar despercebidas. Fotografar é a arte de
representar a alma das coisas que registramos, é pilar da cultura de todos os povos, por isso o artista deve ser
melhor compreendido e valorizado pelos órgãos e instituições culturais.
Qual a maior
alegria em sua profissão?
Minha maior alegria
é quando as pessoas se emocionam até às lágrimas ao se depararem com o
resultado que lhes apresento, por meio de meu trabalho.
O que você mais gosta de fazer quando não está fotografando?
Escrever episódios hilários da vida, através de contos e causos ou através da poesia. O fotógrafo em sua essência já é um poeta da
imagem.
Você consegue escolher no seu trabalho, uma foto preferida?
Não consigo. As
fotos são como poesias que representam o estado de espírito daquele momento.
Mas as fotos do mar, em especial, me fascinam muito.
Qual sua opinião sobre o potencial turístico do Vale do Aço?
A região é riquíssima em paisagens paradisíacas não divulgadas. Os
órgãos responsáveis pelo turismo precisam ficar mais atentos e se mobilizarem
para despertar o grande potencial econômico e cultural da região.
Essas são algumas
fotos de belíssimas paisagens de nossa região registradas pelas lentes desse
artista.
João, um português de nascimento, mas de coração mineiro!
É Coisa nossa com muito orgulho, a fotografia desse grande artista.
Clique aqui para ver mais fotos
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